Pesquisa analisou dados de quase 18.000 praticantes de atividade física com idade média de 50 anos e verificou diminuição no risco de depressão mais tarde na vida.
Prática de atividade física na idade adulta tem efeito protetor tanto sobre a depressão quanto sobre doença cardiovascular associada à depressão.
A sensação de bem-estar após a prática de atividade física pode perdurar por mais tempo, sugere estudo publicado no “JAMA Psychiatry” nesta quarta-feira (26). Pesquisadores analisaram dados de 17.989 indivíduos com idade média de 50 anos. Aqueles com prática intensa e regular de atividade física tiveram 16% menos chance de desenvolver depressão após os 65 anos.
Outro achado do estudo é que o exercício também diminui o risco de morte por doença cardiovascular após diagnóstico de depressão. Isso é particularmente importante porque estudos anteriores demonstraram que a condição está associada a um aumento de mortes por doença cardiovascular.
Como manter a atividade física
- Pratique exercício todos os dias no mesmo horário.
- Reserve um horário, mas não desanime se não conseguir manter. Retome o mais rápido possível.
- Acompanhe e comemore o seu progresso.
- Varie os exercícios para evitar a monotonia. Mantenha o treino interessante e divertido.
- Exercite-se com um amigo.
- Eleja alguém para te cobrar sobre a regularidade do seu treino.
Fonte: Madhukar Trivedi (Universidade do Texas Southwestern)
Depressão e doença cardiovascular estão entre as principais causas de incapacidade nas nações desenvolvidas, apontam dados da Organização Mundial de Saúde.
A relação entre as duas condições pode ser explicada, segundo o estudo, porque a depressão favorece o acúmulo de placas nas artérias e também aumenta arritimias (batimentos irregulares do coração).
Madhukar Trivedi, coautor do estudo e direitor do Centro para Pesquisa em Depressão da Universidade de Texas de Southwestern (EUA), ressalta a importância da atividade física em adultos a partir dos achados do estudo.
“As pessoas que entram no mercado de trabalho costumam abandonar a atividade física. Mas, quanto mais você conseguir manter o exerícicio, menor o risco de desenvolver depressão” – Madhukar Trivedi (Universidade de Texas de Southwestern)
“Também, a longo prazo, a atividade física diminui o risco de mas mortes cardiovasculares associadas à depressão”, conclui Trivedi.
O pesquisador Madhukar Trivedi explica que o exercício físico pode diminuir o risco de depressão porque diminui a inflamação — mecanismo já associado a sintomas depressivos.
Pelos achados, Trivedi também sugere que, muitas vezes, a primeira opção de tratamento para a depressão em indivíduos sem quadro sério pode ser a associação entre psicoterapia e atividade física.
“Manter-se ativo e procurar psicoterapia é muitas vezes a melhor prescrição, especialmente em pessoas que não apresentam quadros graves” — Madhukar Trivedi.
Detalhes do resultado
No acompanhamento dos participantes, o estudo identificou 2701 diagnósticos de depressão, 610 mortes por doença cardiovascular sem depressão prévia e 231 mortes por doença cardiovascular após depressão.
Altos níveis de atividade física foram associados a 16% menos risco de desenvolver depressão. Um alto nível de condicionamento também foi associado a um risco 61% menor de morte por doença cardiovascular sem depressão.
Depois de um diagnóstico de depressão, um alto condicionamento foi associado a um risco 56% menor de morte.
De modo geral, autores concluíram que a prática de atividade física deve ser considerada como uma aliada no tratamento da depressão por especialistas. Médicos também devem considerar a indicação da prática para estimular a promoção do envelhecimento saudável.