Psicoeducação é uma intervenção terapêutica por meio de informações sistemáticas, estruturadas e didáticas sobre o transtorno e seu tratamento, que também inclui aspectos emocionais no sentido de capacitar os pacientes, bem como seus familiares, a enfrentar as situações e questões práticas colocadas pelo transtorno2.
A abordagem psicoeducacional é mais que promover a ampliação do conhecimento de um paciente e de sua família, acerca do que é uma doença e seu tratamento; é ajudá-los a compreenderem, e dar sentido à experiência vivida, e engajá-los no uso dessa compreensão em seus cotidianos, valorizando a vida e preocupando-se com ela1.
Objetivos
Um dos objetivos principais de uma intervenção psicoeducativa é oferecer informações ao paciente sobre a natureza do transtorno e as opções de tratamento, visando melhorar as habilidades de manejo da doença, aumentar o compromisso com as indicações terapêuticas, diminuir a duração e/ou intensidade dos episódios, o número de hospitalizações e prevenir recorrências3.
Tipos de Psicoeducação (PE)
- PE individual – É feita em sessões individuais com o paciente ou com os familiares.
- PE em grupo – É feita com um grupo de pacientes ou familiares.
- PE por outros meios – São modalidades que não envolvem um contato direto e onde são utilizados facilitadores de intervenção psicoeducacional. São programas oferecidos aos indivíduos e utilizados folhetos, cartazes, materiais áudio-visuais, internet, software, correio por e-mail ou informações publicadas na web que visam educar o destinatário. Apesar de menos efetiva, também tem sido observado bons resultados em pesquisas4.
- A PE é usada concomitantemente com tratamento farmacológico e, em alguns casos, também pode ser usada, em associação, com o tratamento psicoterápico individual ou de grupo. Há trabalhos e pesquisas envolvendo a terapia cognitivo-comportamental, interpessoal ou outras abordagens psicoterápicas em uso concomitante ou independente da intervenção psicoeducacionais5.
A PE vem sendo aplicada em formatos diferentes: algumas de cunho eminentemente educativo com orientações e suporte, e, outras, evolvem intervenções ativas, derivadas de abordagens psicoterápicas, principalmente a terapia cognitiva comportamental TCC.
- ANDRADE, ACF. A abordagem psicoeducacional no tratamento do transtorno afetivo bipolar. Rev. Psiq. Clin. 1999; 26(6).
- RUMMEL-KLUGE, C.; PITSCHEL-WALZ, G.; BÄUML, J.; KISSLING W. Psychoeducation in Schizophrenia-Results of a Survey of All Psychiatric Institutions in Germany, Austria, and Switzerland. Schizophr Bull. 2006; 32(4):765–775.
- DEL-PORTO, JA.; DEL-PORTO, KO.; GRINBERG, LP. Transtorno bipolar: fenomenologia, clínica e terapêutica. São Paulo: Editora Atheneu, 2010;621-632.
- DONKER, T.; GRIFFTHS, KM.; CUIJPERS, P.; CHRISTENSEN H. Psychoeducation for depression, anxiety and psychological distress: a meta-analysis. BMC Med. 2009; Dec 16;7:79.
- CAKIR, S.; OZERDEM, A. Psychotherapeutic and Psychosocial Approaches in Bipolar Disorder: A Systematic Literature Review. Turk Psikiyatri Derg. 2010; 21(2):143-54.