Abordagens no Tratamento dos Transtornos Mentais

Tratamento dos transtornos mentais
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Abordagens nos tratamentos psiquiátricos

A abordagem mais comum no tratamento dos transtornos mentais é a biomédica, que se caracteriza por um foco no diagnóstico nosológico e tratamento medicamentoso. As consultas são mais curtas, objetivas e focadas, visando à melhora rápida e alívio dos sintomas. São adequadas ao nosso sistema de saúde, que conta com poucos recursos, poucos profissionais e, portanto, pouco tempo para atendimento. Essa abordagem controla os sintomas e ajuda o indivíduo a retornar à sua funcionalidade; no entanto, não oferece tempo e informações necessárias para que a melhora seja, de fato, efetiva e duradoura.

Outra abordagem é a biopsicossocial ou Integral, que amplia o foco de percepção: o diagnóstico abrange o estado clínico-biológico, o estado psicológico e social do indivíduo, caracterizando-se por entrevistas e consultas mais longas e incluindo, além dos aspectos objetivos, também os subjetivos e pessoais. A proposta é um tratamento interdisciplinar no qual, além dos psicofármacos, o acompanhamento médico psiquiátrico periódico também torna-se um agente de tratamento, assim como as outras abordagens e tratamentos terapêuticos.

Acompanhamento terapêutico

O acompanhamento psiquiátrico regular é um fator essencial no tratamento dos transtornos mentais. Por intermédio dele, o diagnóstico inicial é constantemente revisto e atualizado a partir da resposta aos medicamentos, da evolução do tratamento e das novas reações individuais aos eventos que vão surgindo durante o tratamento. Nesses encontros, a medicação também é revista, em busca de substâncias que ofereçam o máximo de efeito possível com o mínimo efeito colateral ou adverso.

Ao longo do tratamento, é feito um aprofundamento na história clínica e pessoal; além disso, orientações psicoeducativas são feitas com o objetivo de definir medidas preventivas que reforcem a saúde mental e evitem recaídas futuras.

Tratamento interdisciplinar

Trata-se de um tratamento mais amplo, em que se combina o uso de psicofármacos e outras abordagens terapêuticas, tais como psicoterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, pedagogia, assistência social, fisioterapia e nutrição, entre outras.

Nos últimos quinze anos, inúmeros estudos tem ressaltado a importância da psicoterapia como fator terapêutico no tratamento, na recuperação e na diminuição de recaídas dos transtornos mentais.

Flávio Vervloet