A psicofarmacologia estuda as substâncias que possuem efeito nas atividades psíquicas, estas são chamadas de psicofármacos, psicotrópicos ou psicoativos.
“Os psicofármacos são substâncias que alteram a atividade psíquica, aliviando sintomas dos transtornos mentais ou promovendo alterações na percepção e no pensamento.”
Mario Rodrigues Louzã Neto e Hélio Elkis, Psiquiatria básica, Artmed
“… embora exerçam efeitos profundos e benéficos sobre a cognição, no humor e o comportamento, os medicamentos psicotrópicos geralmente não mudam o processo da doença subjacente, que, como frequências, é muito sensível aos estressores intrapsíquicos, interpessoais e psicossociais. Em regra, os resultados benéficos podem ser obtidos simplesmente pela redução dos sintomas e pela simultâneas promoção da capacidade dos individual da adaptar-se ás exigências da vida.”
Alan.F.Schaztzberg; Jonathan O. Cole Charles DeBattista, Manual de Psicofarmacologia Clínica, Artemed
“O uso de psicofármacos no tratamento dos transtornos mentais, a partir dos anos 50, mudou radicalmente a falta de perspectivas que até então prevalecia no campo da psiquiatria e da saúde mental, provocando uma ampla reformulação das concepções e práticas vigentes, de tal forma que na atualidade, conhecer os medicamentos existentes, as evidências que embasam seu uso, são essenciais para um efetivo trabalho nestas áreas, mesmo para aqueles profissionais que se dedicam preferentemente à prática psicoterápica.
A decisão de utilizar ou não um psicofármaco depende antes de tudo do diagnóstico que o paciente apresenta, incluindo eventuais comorbidades. Para muitos transtornos os medicamentos são o tratamento preferencial, como na esquizofrenia, no transtorno bipolar, em depressões graves ou no controle de ataques de pânico. Em outros, como nas fobias específicas, transtornos de personalidade, problemas situacionais as psicoterapias podem ser a primeira opção. E em muitas situações o ideal talvez seja a combinação de ambos os métodos.
Nas situações práticas o clínico procurará escolher, dentre as drogas que pesquisas bem conduzidas verificaram ser eficazes para o transtorno que o paciente apresenta, a mais apropriada, levando em conta, além do diagnóstico, o perfil dos sintomas, a resposta em usos anteriores, a idade, a presença de problemas físicos, outras drogas em uso com as quais a nova droga possa interagir, etc..
Uma vez escolhida a droga, definidos os sintomas alvo, o clínico fará um plano de tratamento que envolve a fase aguda, a manutenção e as medidas para prevenção de recaídas. Deverá ainda ter em mente as doses que irá utilizar em cada uma destas fases, o tempo necessário e os critérios nos quais se baseará para concluir sobre a efetividade ou não da droga, bem como a opção de associar ou não outras estratégias terapêuticas. Com estas decisões e alternativas em mente irá expor seu plano ao paciente e muitas vezes também aos familiares, com o objetivo preliminar de obter sua adesão.
A maioria das pessoas tem dúvidas e receios em relação ao uso de medicamentos, especialmente se for por longo prazo. Ao esboçar o plano de tratamento é importante dispor de algum tempo para dar informações sobre a natureza do transtorno, o racional para o uso dos medicamentos, as evidências de sua eficácia, o que se espera com seu uso, o tempo necessário para se observar o efeito, os possíveis efeitos colaterais e as medidas que podem ser adotadas para reduzi-los. Dissipar tais dúvidas, além de fortalecer a relação com o paciente (e a aliança de trabalho) é indispensável para a adesão e para evitar interrupções precoces.”
Aristides Volpato Cordioli, Artigo – Psicofármacos nos Transtornos Mentais – Link para acesso