Tipos de receitas dos medicamentos psiquiátricos
No Brasil, há três tipos de receituário para prescrição de psicofármacos: o branco de duas vias, o azul e o amarelo.
A maioria dos psicotrópicos é prescrita por meio da receita branca de duas vias; esse tipo conta com uma fiscalização de menor rigidez por não gerar dependência química. Nesse grupo estão os antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, dentre outros.
Os prescritos por meio do receituário azul apresentam maior risco de dependência caso sejam usados de forma inadequada. Esse grupo inclui os ansiolíticos e os hipnóticos (medicamentos específicos para induzir o sono).
Por fim, os prescritos por meio do receituário amarelo podem gerar abuso e dependência química, como é o caso dos estimulantes e dos analgésicos potentes. Uma vez utilizados adequadamente, esses medicamentos não provocam dependência ou riscos mais significativos; por isso, o controle e acompanhamento do uso são imprescindíveis para que sua finalidade não seja desvirtuada.
Quais os medicamentos mais confiáveis?
Em relação à procedência ou comercialização, há três tipos de psicotrópicos no Brasil: genéricos, similares e de referência.
Apesar do custo mais alto, os medicamentos de referência são comercializados pelas empresas originalmente responsáveis pelo seu desenvolvimento, o que pressupõe um tempo médio de 10 a 14 anos de pesquisa, sintetização, teste e aprovação para uso humano, por isso detém a patente por um período equivalente, a fim de compensar os investimentos. Esses produtos contam com um rígido controle de qualidade por parte da própria empresa desenvolvedora, o que geralmente garante tanto a qualidade de sua produção como dos efeitos esperados. Dessa forma, tais empresas buscam garantir que seus produtos tenham alto índice de resultado.
Os genéricos e os similares estão ambos no mesmo grupo: são medicamentos com possibilidade de uso por um custo menor; a formulação do genérico é a mesma do remédio original, com o mesmo princípio ativo, concentração e ação no organismo, em contrapartida, contam as vezes com um menor controle de qualidade. Geralmente são avaliados pelo órgão de fiscalização nacional que regula a produção e efetua a verificação do produto final; somente são liberados para uso quando cumprem os requisitos necessários à sua distribuição e comercialização. Apesar dessa fiscalização, verifica-se, na prática clínica, que os produtos genéricos e similares podem variar em sua eficácia ou ação farmacológica; diante disso, cabe ao profissional prescrever aqueles que, na sua experiência clínica, se mostraram mais seguros e eficazes ao uso.
Flávio Vervloet