Uso dos psicofármacos no tratamento dos transtornos mentais
RECEIO DE DEPENDÊNCIA À MEDICAMENTOS
É bastante comum o receio de dependência no uso dos psicofármacos, talvez porque muitas pessoas tomam esse tipo de medicação por períodos muito prolongados e não consigam suspender o uso.
Há também muitas vezes preconceito em relação ao uso de medicamentos para saúde mental (psicofármacos) e é muito comum a frase “não quero usar este tipo de medicação, não quero ficar dependente”.
Muitas dessas pessoas são portadoras de transtorno do pânico, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade de saúde, depressão, distimia etc. que não aceitam fazer uso de um medicamento que possivelmente reduziriam significativamente seus sintomas, tornando suas vidas mais funcionais. Tornam-se dependente de seus sintomas, consomem horas e horas de psicoterapia falando somente de seus sintomas, mantêm-se disfuncionais em suas vidas, quando não buscam outros derivativos como compulsões de compras, de comida, abuso de café ou guaraná em pó, de uso de internet, de jogos, vícios de bebida alcoólica ou uso de drogas e substancias entorpecentes para alivio de seus sintomas ou para se anestesiarem de sua aflição.
Trocam a “dependência” de medicação por dependência dos sintomas ou de derivativos anestesiantes que não resolvem o transtorno em questão.
Tipos de medicamentos
O receituário de controle especial tipo B, receituário azul (tarja preta) são usadas para medicamentos que dão algum tipo de dependência química. Este risco é particularmente aumentado nos pacientes que usam unicamente estes medicamentos, são os ansiolíticos usados para controle da ansiedade e os hipnóticos usados para controle da insônia. Não é recomendado usar estes medicamentos como terapia única para transtornos ansiosos.
Os medicamentos de tarja vermelha, usadas em receituário em dupla via branca, são medicamentos que não oferecem em geral qualquer risco de dependência física, são os antidepressivos usados para tratamento de depressão, distimia e transtornos ansiosos em geral, incluindo TOC, os moduladores de humor usados para transtorno bipolar e os antipsicóticos usados para tratamento de transtornos afetivos e psicóticos.
Psicoterapia como coadjuvante no tratamento
O uso de medicação psicotrópica usada concomitantemente com a terapia cognitiva comportamental foi amplamente pesquisada como extremamente efetiva para diminuição de recidivas em tratamento de transtornos humor e outros distúrbios mentais. O que diminui ainda mais a possibilidade de “dependência” psicológica ou química aos medicamentos.
O tratamento medicamentoso é efetivo para correção do desequilíbrio no funcionamento cerebral, mas não é efetiva para correção das disfunções psicológicas que são um fator extremamente importante em grande parte dos transtornos mentais. Além disto muitas vezes também é necessário mudanças nos hábitos de vida e de circunstâncias agravantes para a definitiva recuperação clinica.
O que leva muita gente a pensar em dependência a este tipo medicação é o fato de que infelizmente ainda trata-se transtornos de ansiedade inadequadamente somente com ansiolítico, levando de fato a uma dependência química. Outro fator importante é o fato de que ainda, apesar de todas as pesquisas mostrando o contrario, em muitos tratamentos ainda não são incluídos a psicoterapia como fator fundamental para a solução de caráter mais permanente nos transtornos mentais.
SENSIBILIDADE A MEDICAMENTOS
Hipersensibilidade a medicamentos de ação no sistema nervoso – os psicotrópicos.
É bastante comum pessoas que estão com a prescrição correta, mas que apresentam “intolerância” medicamentosa. São pessoas que usando uma dose usual para sua idade passam mal e tem inúmeras reações.
Essas pessoas muitas vezes se beneficiariam se iniciassem com os medicamentos de forma progressiva, esse procedimento é chamado de titulação. Inicia-se com a metade da dose usual por período de cinco a sete dias para depois usar a dose como recomendada.
O organismo tende a se adaptar geralmente em sete a dez dias e os benefícios surgirem.
Se você se percebe hipersensível a medicamentos por experiências prévias comunique isto a seu médico.
Por Flávio Vervloet
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